O Governador Jorginho Mello (PL) realizou uma série de mudanças no Governo do Estado nas últimas semanas. Uma delas foi a troca de comando da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (CASAN), que passou a ser presidida pelo advogado Edson Moritz Martins da Silva, que já chega com a missão de tentar reaproximar a companhia dos prefeitos catarinenses.
Ele, agora, acumula as funções de diretor financeiro e presidente da CASAN, até a eleição do novo diretor. Em conversa com a Coluna Pelo Estado ele contou como foi aceitar este novo desafio, os próximos passos que serão dados pela companhia e quais os projetos que devem ser entregues ainda este ano. Confira:
Pelo Estado – Como o senhor recebeu o convite do governador Jorginho Mello para assumir a presidência da companhia?
Edson Moritz – Com a reforma administrativa promovida pelo Governador, fui convidado para ser presidente da CASAN, o que muito me honrou. Já tinha uma relação de amizade e admiração pelo governador desde que nos conhecemos em Brasília, quando ele ainda era senador e eu assessor parlamentar da liderança do PL. Durante a campanha eleitoral, cheguei a contribuir na elaboração do seu plano de governo. Com a sua eleição, o governador me pediu um diagnóstico sobre a situação da CASAN. Depois me convidou para ser diretor financeiro e, agora, presidente. É uma grande responsabilidade, mas junto com a diretoria colegiada da CASAN, os nossos 2.600 colaboradores e o Governo estamos todos mobilizados para atingir os resultados que os nossos 194 municípios operados esperam da Companhia.
PE – Já deu para entender quais serão as prioridades da sua gestão?
EM – A ideia é ampliar o diagnóstico antes de tomar qualquer decisão. Desde que tomei posse, há uma semana, a diretoria colegiada tem trabalhado o tempo inteiro para definirmos os rumos da Companhia. Por isso também que logo agendamos uma reunião com os nossos clientes preferenciais que são as prefeituras. Para conhecer mais de perto as necessidades deles.
PE – O governador fez o pedido para que a Casan voltasse a ser vista como uma empresa respeitável. Quais seus planos para que isto aconteça?
EM – O governador me deu como missão tornar a empresa saudável e com resultados. O que a CASAN precisa é de um choque de mercado, um novo modelo de negócios. Até porque não há soluções iguais para problemas diferentes.
PE – O senhor afirmou em entrevista que pretende se reaproximar dos prefeitos municipais. Como isto será feito?
EM – Não podemos perder de vista que a CASAN é uma prestadora de serviço das prefeituras. O direito é das prefeituras de nos conceder essa questão. Já estivemos com os prefeitos Topázio, de Florianópolis, Salvaro, de Criciúma, Orvino, de São José e já agendamos uma conversa com o prefeito João Rodrigues, em Chapecó, e Tomé, de Rio do Sul. Esse é o nosso plano de trabalho inicial e temos uma equipe mobilizada para isso. Vamos buscar soluções conjuntas.
PE – Em relação a Florianópolis, já há um projeto para apresentar ao município com a resolução do problema do Sul da Ilha?
EM – A CASAN tem um projeto para retomar as obras da ETE Campeche em outubro, conforme pedido pela prefeitura. Já existe um projeto pronto de emissário terrestre com tubulação de 10 km, levando o efluente bruto da Caixa de Carga para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Campeche e depois o efluente tratado da ETE para a região do canal 10, no Saco dos Limões. O projeto aguarda licença ambiental para que possamos licitar novamente a obra e então retomar o andamento. A ETE atualmente está com 70% da parte civil concluída e as novas redes já estão implantadas na região do Campeche.
PE – Nos últimos meses foram anunciadas uma série de investimentos do Governo Estadual para alguns municípios. O senhor consegue detalhar o que já está em andamento e quais serão os próximos passos, principalmente no que se refere às cidades do interior do Estado?
EM – A CASAN tem obras em todos os 194 municípios onde atua, desde ampliação e melhorias de rede até novas estações. O foco atual da Companhia está no compromisso do governador Jorginho Mello em saltar de 32% para 50% de cobertura de esgoto tratado no estado até 2026. Na capital, a CASAN tem 4 ETEs com obras em andamento – Ingleses, a ser inaugurada em 27 de setembro; ETE João Paulo, a ser inaugurada em dezembro; ETE Campeche, que terá suas obras retomadas em outubro e ETE Insular, que está sendo ampliada e deve ficar pronta ano que vem. Com isso, a CASAN espera atingir 75% de cobertura de esgoto na capital em 2025. Outra obra que merece destaque na região metropolitana de Florianópolis é a da nova ETE Potecas em São José, que deve ser entregue até ano que vem. A nova estação terá capacidade de vazão de 600 L/s, aumentando em 42% a capacidade de tratamento atual. A ETE vai também desativar as lagoas de estabilização, que operam o tratamento hoje em dia e causam mau cheiro. No interior, posso destacar mais algumas obras que foram entregues neste primeiro semestre e outras que estão em curso. Entregamos em julho o SES de Rio do Sul, que conta com a primeira ETE da cidade. No litoral norte, inauguramos em agosto a ETE de Balneário Barra do Sul. Em outubro, vamos inaugurar o SES que vai atender Ipira e Piratuba e também a estação de esgoto de Xanxerê.
Também temos muito a citar no setor de água. No Oeste, destaco o Projeto Chapecozinho, maior obra de abastecimento em execução no estado. O projeto tem como objetivo garantir o fornecimento de água mesmo durante a estiagem e envolve frentes de trabalho em Bom Jesus, Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Coronel Freitas e Cordilheira Alta. O Governo do Estado e a CASAN investem R$380 milhões nesse empreendimento, com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2025. Cerca de 40% do cronograma está finalizado.
> Clique aqui para ver a coluna Pelo Estado
Produção e edição
Por Celina Sales para APJ/SC e ADI/SC
Contato: peloestado@gmail.com