Pelo Estado 27/07 Frente Democrática confia na força do palanque de Lula para levar PT ao segundo turno em SC

Pelo Estado 27/07 Frente Democrática confia na força do palanque de Lula para levar PT ao segundo turno em SC

Frente Democrática confia na força do palanque de Lula para levar PT ao segundo turno em SC

À margem esquerda das eleições 2022 em Santa Catarina, esta semana começou com festa. Em oposto ao difuso palanque do presidente Jair Bolsonaro com três candidatos já homologados e mais um a caminho, o de Lula é único, amplo e progressista. Com Décio Lima (PT) para governador e o senador Dário Berger (PSB) à reeleição, a Frente Democrática ainda pretende conseguir candidato a vice do PDT de Manoel Dias e Jorge Boeira ou uma mulher. Também torce para acomodar o Psol de Afrânio Boppré.

O ex-presidente da Alesc e segundo colocado na última eleição ao governo do Estado, Gelson Merísio (Solidariedade), considerado o cérebro da aliança de centro esquerda, colocou cartas na mesa. Essa é a eleição mais parecida com a de 2002, quando o governador Esperidião Amin largou com 70% de aprovação e acabou perdendo para Luiz Henrique da Silveira. Naquela ocasião, lembrou, José Fritsch (PT) perdeu a vaga no segundo turno por dois pontos percentuais.

Fritsch também aposta na possibilidade de levar Décio Lima ao segundo turno. “O ambiente é muito parecido com 2002, com uma grande diferença, naquela eleição eu tinha dois ou três partidos e hoje temos sete, podendo chegar a oito. É uma grande diferença.”

Ideli Salvatti, que naquela ocasião elegeu-se senadora, vai na mesma linha. “Será uma eleição polarizada. Para as pessoas que vivem dizendo que SC é conservadora e bolsonarista, é bom lembrar que em 2002, o Estado que deu o maior percentual de votos para Lula no primeiro turno foi Santa Catarina”, afirmou. Na sua matemática, “Santa Catarina é assim: tem um polo aqui, outro lá e um meião de gente no meio. Vamos trazer o meião para o nosso lado”.

O fato concreto para Merísio é que, em tempos de redes sociais, o prefeito e o presidente da República são mais importantes para o cidadão que o governador. Por isso, como ocorreu em 2002 com a onda Lula e em 2018 com a onda Bolsonaro, ele estima que em 2022 a união das siglas em torno de Lula leve o PT pela primeira vez ao comando do Estado. “Não tenho mágoas da eleição. Em 2018, a verticalização se deu em meu desfavor, espero que agora seja a favor do Décio, que ele seja vitorioso”, apontou.

Dário Berger e Décio Lima em foto de Denner Ovidio/Divulgação
Berger bem acolhido

O candidato a governador Décio Lima (PT) foi todo coração na convenção. “Aqui nunca faltou coragem, essa palavra daqueles que lutam com o coração”, disse ele, em referência a atender pedidos de Lula. Ele, em 2018, com Lula preso e a maior crise vivida pelo partido. Dário Berger, agora, abrindo mão de disputar o governo para apoiá-lo. O senador e ex-prefeito reeleito de São José e Florianópolis pareceu muito à vontade e satisfeito com o acolhimento genuíno dos petistas e demais integrantes da Frente Democrática. Ele compareceu com sua mulher, Elaine Cristina Huber, que tem perfil mais à esquerda, e disse, entusiasmado, que entrega seu currículo de seis eleições e seis vitórias consecutivas ao projeto Lula lá e Décio aqui.

Nomes de mulher

Caso o PDT confirme candidatura própria ao governo de SC para dar palanque ao presidenciável Ciro Gomes, a preferência é que uma mulher concorra como candidata a vice com Décio Lima. Um dos nomes já mencionados foi da vereadora Marcilei Vignatti. A professora está em terceiro mandato em Chapecó. Talvez perca a vaga, porque o PSB já emplacou Dário ao Senado. Outro foi o da ex-deputada federal e estadual e ex-vereadora Ângela Albino, do PCdoB.

Ética médica

Conselho Regional de Medicina de SC discute telemedicina com palestra do médico paranaense Donizetti Giamberardino, relator da resolução que regulamenta a prática no país. Os serviços médicos prestados com auxílio de meios de tecnologia e de comunicação estão em vigor desde maio. O uso da telemedicina era debatido desde 2018 no Brasil, mas a crise sanitária acelerou a adoção. Já faz parte, por exemplo, das plataformas políticas 2022.

De ônibus

Considerado o terceiro melhor mês para o turismo rodoviário em função das férias escolares, julho começou com um significativo aumento nas pesquisas de rotas e preços. Segundo dados do BuscaOnibus, plataforma de comparação de passagens que agrega informações de 250 viações do país, a primeira semana de julho apresentou um crescimento de 40% frente ao mesmo período de 2021 e ficou próximo do volume de buscas de 2019, antes da pandemia. O resultado, comenta o diretor e fundador da plataforma, José Almeida, aponta para a recuperação definitiva do setor de viagens e turismo neste segundo semestre.

Um de cada lado

A conta que o segundo turno em Santa Catarina terá um candidato bolsonarista e outro lulista é feita também por políticos que operam no campo mais conservador. Só que, neste lado, as apostas são para quem vai conseguir personificar essa ligação. Esperidião Amin coloca-se como o genuíno, colega de duas décadas do então deputado Jair Bolsonaro. Embora hoje no PL, o PP foi a sigla que abrigou por mais tempo o presidente. Jorginho Mello, que ainda não homologou candidatura pelo PL, é o representante militante, que segurou a pancada durante a CPI da Covid, por exemplo. Mas, no meio político, é sempre lembrado que também já foi lulista e dilmista, quando PR. Se bem que, até Bolsonaro, antes já esteve com Lula. Sim, no segundo turno da tão falada eleição de 2002.

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Produção e edição

ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb 6153) com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com